Anders Tegnell: não use martelo para matar uma mosca

Anders Tegnell: não use martelo para matar uma mosca

O epidemologista Anders Tegnell foi um dos grandes responsáveis pela forma como a Suécia lidou com a Covid-19 e aposta na imunidade de rebanho ao invés da quarentena forçada.

Por Redação em 03/10/2020

De acordo com o epidemiologista Anders Tegnell, o lockdown é “usar um martelo para matar uma mosca”. Ele defende a volta ao normal, com escolas, restaurantes e academias de abertas.

O médico sueco de 64 anos estava planejando passar 2020 ajudando a Somália a criar uma agência de saúde pública. Ao invés disso, acabou se tornando uma figura conhecida por sua abordagem em relação à Covid-19.

Tegnell e a abordagem racional

Para muitos suecos, o epidemiologista adotou a uma abordagem racional, em comparação a outros países que parecem sacrificar a ciência à emoção. Entretanto, para alguns, ele é uma figura problemática. O New York Times, por exemplo, chamou a Suécia de “estado pária” e “o conto de advertência do mundo”.

Hoje em dia, os casos de coronavírus tem aumentado em praticamente todos os outros países europeus, levando ao temor de uma segunda onda. Por outro lado, eles vêm diminuindo durante todo o verão na Suécia. Em uma base per capita, eles estão agora 90 por cento abaixo de seu pico no final de junho.

Por que a Suécia não adotou lockdown?

A abordagem da Suécia para a pandemia é incomum porque sua governança é incomum. Não são os políticos que tomam as grandes decisões, mas a Agência de Saúde Pública da Suécia, devido à sua constituição que dá grandes poderes a autoridades independentes. Na prática, isso significa que tal abordagem veio justamente de Tegnell.

A imunidade de rebanho e perspectivas para futuro

Tegnell argumenta que a imunidade de rebanho é, pelo menos em parte, responsável pela queda recente nos casos suecos. Ele questiona como seus vizinhos vão se sair sem ela.

Para o futuro, Tegnell prevê que a Suécia terá “um baixo nível de propagação” com surtos locais ocasionais.

Em relação aos países que adotaram medidas muito mais rígidas e a uma possível segunda onda, ele foi menos otimista:

“O que acontecerá em outros países, eu acho que vai ser mais crítico. Eles provavelmente são mais vulneráveis ​​a esses tipos de picos. Esse tipo de coisa provavelmente será maior quando você não tiver um nível de imunidade que pode colocar um freio nisso.”

Anders Tegnell, em relação à imunidade de rebanho

Para ler a matéria completa, acesse o site Financial Times.


Foto: CDC.