Muita coisa vem mudando ao longo do tempo, mas a transformação da educação para o profissional do século 21 ainda não está em vigor.
Em suma, o modelo de educação atual ainda está baseado nos moldes e referências daquilo que foi criado no século 20.
De acordo com Cezar Taurion, não podemos mais pensar na educação apenas como um conjunto de habilidades e conhecimentos para fins especializados. As máquinas estão adquirindo rapidamente essas habilidades.
“Eu questiono profundamente se o modelo de aulas passivas, ainda comuns na maioria das escolas, deve continuar sendo aplicado, quando quase tudo a ser aprendido está disponível na internet”, explica.
Outro questionamento levantado por Taurion é se ainda faz sentido um modelo educacional onde o professor e um pequeno conjunto de livros se tornam a principal fonte de informação para as crianças, afinal, em contrapartida, elas têm acesso ao conhecimento usando um smartphone.
A aprendizagem no momento atual
Tudo, no momento atual, muda muito rapidamente, inclusive os métodos de ensino e aprendizagem.
Segundo Taurion, as crianças precisam sim aprender a aprender, por elas mesmas.
E dessa forma, cabe aos pais e professores incentivarem o auto estudo ao aprendizado contínuo. “E se isso acontece desde a infância é muito melhor”.
Taurion acredita que os modelos de aulas passivas serão substituídos por sessões de interações criativas e colaborativas, tanto de forma online como presencial.
E seguindo sua linha de pensamento, as crianças poderão montar seus próprios livros digitais, de forma colaborativa, usando recursos drag-and-drop em tablets e smartphones. Podem acessar material que esteja disponível em qualquer lugar do mundo.
“Vivemos em uma sociedade digital e a Inteligência Artificial está cada vez mais permeando nosso dia a dia. Se usada adequadamente, a IA nos abre um caminho para uma meta há muito buscada pelos melhores professores: aprendizado personalizado e em torno de disciplinas individuais, de acordo com as características pessoais de cada aluno”, comenta.
Sabe-se que a IA pode reunir e entender um amplo conjunto de dados individualizados sobre a aprendizagem dos alunos e orientar continuamente o processo de educação.
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A importância do professor no processo educacional
Taurion afirma que, em absoluto, essa nova fase tecnologia não significa que os professores serão eliminados ou isentos do processo educacional, mas, para ele, é preciso criar uma sinergia entre a inteligência artificial e os humanos no processo educacional.
“Muda o papel do professor. Ele deixa de ser um provedor de conteúdo e se torna um mentor, um curador. A educação, claramente, precisa se reinventar para que a nossa sociedade consiga enfrentar o desafio do século 21”.
A transformação da educação, as EdTechs e a IA
Muitos países estão redesenhando seus sistemas educacionais, bem como promovendo a transformação da educação.
As EdTechs, startups que caracterizadas pela criação de soluções inovadoras para a educação, ganham cada vez mais espaço neste contexto.
De acordo com a Software & Information Industry Association (SIIA; Associação da Indústria de Software e Informação, em tradução livre), o mercado de EdTechs nos EUA gira em torno de US$ 9 bilhões.
“No Brasil os últimos levantamentos apontam mais de 450 startups no setor. Adiciona-se a isso o efeito provocado pelo Covid-19, que obrigou a escolas e universidades a adotarem, de forma compulsória o estudo remoto, em casa, quebrando hábitos arraigados e as forçando a repensar novos métodos de ensino”, aponta Taurion.
Todos estamos vivenciando a transformação da educação, e como consequência disso, nos próximos capítulos teremos a disrupção de um setor que não deveria, mas muitas vezes acaba sendo conservador e pouco inovador.
Cezar Taurion afirma ainda que a IA terá papel importante deste momento de redesenhar a educação.
“A IA não deve ser vista como tecnologia ameaçadora que eliminará o professor do sistema educacional, mas como poderosa ferramenta de apoio no desenvolvimento de um novo modelo educacional. A educação precisa e tem que mudar. A IA ajudará nesse processo, mas o mais importante é que todos os atores envolvidos estejam sintonizados com o potencial e limitações da tecnologia, e a usem de forma inovadora, para redesenhar o atual modelo”.
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Foto: Annie Spratt.