A relação entre educação e propósito

A relação entre educação e propósito

Se queremos filhos felizes, precisamos criar condições para que isso se realize. Entender a relação entre educação e propósito é um caminho.

Por Redação em 08/12/2020

Se tem um sentimento que somente quem é pai e mãe entende, é o amor pelos filhos. Geralmente, pais amorosos desejam que seus filhos sejam felizes, enquanto os controladores desejam que eles fiquem por perto. A relação entre educação e propósito começa muito cedo dentro da família.

Em artigo publicado no Blog Infância Bem Cuidada, Cristiane Lasmar trata essa relação entre pais, filhos, educação e propósito.

De acordo com a autora, a maioria dos pais está disposta a sacrificar seu próprio bem-estar e a sua própria felicidade em função da felicidade dos filhos.

No entanto é preciso observar um detalhe muito importante: “desejar a felicidade de uma pessoa não é o mesmo que fomentá-la. “Se queremos que nossos filhos sejam felizes, precisamos criar condições para que isso se realize”, comenta.

Ela diz que esta não é uma das tarefas mais fáceis, embora a dificuldade comece no próprio entendimento de felicidade.

“É muito comum, por exemplo, uma confusão entre felicidade e satisfação imediata de impulsos e desejos. Estamos imersos numa cultura que estimula excessivamente a busca do bem-estar e do prazer. E, muitas vezes sem perceber, é nessa matriz que educamos nossos filhos”.

Diante disso, o resultado na maioria das vezes, é o inverso do esperado.

Propósito

Em seu artigo, Cristiane Lasmar, comenta que os indivíduos que só conseguem manter a integridade psicoafetiva face a situações de satisfação e contentamento não costumam ser pessoas felizes. Pelo contrário.

E ela levanta o questionamento: se a felicidade não pode ser resumida ao contentamento, ao bem-estar e ao prazer, do que se trata a felicidade então?

“A reflexão sobre o conceito de “felicidade” tem ocupado a mente de pensadores brilhantes desde os primórdios da filosofia na Grécia antiga, e conhecer essa literatura pode ser muito interessante para o nosso desenvolvimento pessoal”.

Contudo, enquanto os pais dão verso à autoeducação, é preciso educar os filhos. E nesse sentido, como é possível orientá-los em direção à felicidade se ainda não temos definido esse conceito, ou tampouco sabemos “de que fonte ela provém”?

A tal felicidade

Cristiane Lasmar faz uma referência a qual considera incontornável para uma reflexão sobre as relações entre educação e felicidade.

Tratapse do livro “Em busca de Sentido”, do psiquiatra e psicoterapeuta austríaco Viktor Frankl (1905 – 1997), fundador da Logoterapia, ou Terapia do Sentido.

Segundo ela, considerada a terceira escola vienense de psicoterapia, a Logoterapia se diferencia das outras duas “escolas” por seu postulado de que o que o ser humano busca na vida não é nem o poder (como sugeriu A. Adler) nem o prazer (como teorizou S. Freud), ambos “racionalizações secundárias de impulsos primitivos”, e sim “um sentido para a sua própria existência”, afirma ela.

Boa parte das formulações de Frank se baseou em sua própria experiência como prisioneiro judeu em campos de concentração durante a Segundo Guerra Mundial.

Em suma, as pessoas que melhor resistiam ao terror dos campos de concentração eram as que ainda conseguiam perceber um sentido no fato na vida.

Assim, aquelas que enxergavam um sentido em superar aquele determinado momento, que percebiam um sentido fundado na responsabilidade por uma causa ou por uma pessoa, em um compromisso que as transcendesse e que, portanto, estivesse acima de seu padecimento imediato, saiam da situação com maior facilidade.

Viktor Frankl postulou que encontrar o sentido da vida consiste em descobrir o objeto inescapável do nosso sentimento de responsabilidade, seja ele uma pessoa ou uma causa.

“O sentido da vida seria, portanto, único e específico para cada indivíduo, e passível de ser encontrado no campo do amor ou do trabalho criativo”. 

Para conhecer essa teoria a fundo e ler o artigo que trata a relação educação e propósito, na íntegra, clique aqui.


Foto: Xavier Mouton Photographie.