Marcelo Faria, em artigo para o ILISP, comenta o artigo de Joel Pinheiro da Fonseca intitulado “A descriminalização do aborto”: “um dos artigos pró-aborto mais intelectualmente desonestos que já li”.
Dentre as inverdades que Faria comenta a respeito do artigo de Joel Pinheiro, iremos destacar duas:
- São Tomás de Aquino era a favor do aborto porque considerava que “embora o feto fosse um ser vivo desde o início, ele só se tornava um ser humano após 40 dias”;
- “Você pode ser contra o aborto e, ainda assim, não querer jogar as mulheres que o praticam na prisão”.
Envolver São Tomás de Aquino no seu discurso pró-aborto não passa uma estratégia de marketing para mexer com a cabeça dos cristãos. Nada contra estratégias de marketing, desde que estejam baseadas em fatos.
Este Santo católico condenava até mesmo o que ele chamava de “veneno da esterilidade” (produtos que impedissem a mulher de engravidar) – qual sentido faria condenar os métodos contraceptivos da época e ser a favor de terminar uma gravidez? Ainda segundo São Tomás de Aquino, o que “fere a mulher grávida faz algo ilícito, e, por esta razão, se disso resulta a morte da mulher ou do feto animado, não se desculpa do crime de homicídio, sobretudo, quando a morte segue certamente a esta ação violenta”.
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De qualquer forma, o livro principal de um católico é a Bíblia e ela diz no livro de Jeremias “Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te designei para a missão de profeta para as nações!”. Isso não parece compatível com as pautas defendidas por Joel, como levantado por Faria.
Sobre o segundo ponto – jogar mulheres que fizeram aborto na prisão – um levantamento da Defensoria Pública do Rio de Janeiro precisou apurar 12 anos (2005 a 2017) dos processos relacionados a abortos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para encontrar 42 mulheres rés pela prática. E nenhuma delas foi presa. Dizer que toda mulher que toma uma substância para matar o feto vai presa é uma apenas uma mentira espalhada pela militância pró-aborto.
Entretanto, ainda que houvessem as 42 mulheres tivessem sido presas, isso não justificaria a legalização do aborto, como a existência de roubos e homicídios não justificaria a legalização destes crimes. Ou da mesma forma que mesmo se ninguém praticasse a caridade, ela ainda assim seria um ato louvável. O ato em si deve ser analisado pelo prisma da ética. O fato de alguém praticá-lo ou não, não o torna mais ou menos virtuoso.
Você pode ler a íntegra do artigo, com outros pontos interessantes, no site do ILISP.