Opinião

A banalização das Notas de Repúdio

Desde a Eleição do Presidente Jair Messias Bolsonaro, o número de notas de repúdio aumentaram de uma forma que o Brasil virou um Grêmio Estudantil gigante.

Só que essas notas não provocaram mudanças de postura do Governo.

Primeiro porque parte das notas de repúdio são de grupos que não votaram no Presidente. Assim, o discurso de oposição vai entrar por um ouvido do Jair e sair por outro.

Segundo porque apesar de muitas dessas notas serem compartilhadas em veículos de imprensa, o discurso delas não é sintetizado pelo público médio. Que enxerga várias dessas notas como sectárias e vindas de uma bolha ideológica. O Governo Federal sabe disso e por isso ignora essas notas.

Terceiro porque de tanto fazer nota de repúdio, elas ficaram banalizadas.

Vou dar um exemplo de banalização: Campeonato Carioca.

O formato do Campeonato Carioca é feito para ter excesso de Clássicos visando o alto público dessas torcidas e as rendas geradas com alta venda de ingressos e pay per view. Só que essa banalização fez com que a totalidade dos jogos perdessem importância com o passar do tempo. No fim, ninguém mais quer assistir o Campeonato Carioca. Dando razão ao jogador Fred na frase: “O Campeonato Carioca tem que acabar”.

De tanta nota de repúdio, as pessoas passaram a ignora-las.

Desde 2018, foram criados inúmeros grupos visando confeccionar notas de repúdio para dizer que o Bolsonaro é odiado por uma totalidade. Diferente da crise do coronavírus, que gerou um abalo na popularidade do Bolsonaro, essas notas de repúdio são movimentos artificiais criados por parte dos grupos ligados a movimentos de esquerda.

Podemos citar vários: os de setores minoritários ligados a religião (“Cristãos pela Democracia”, “Cristãos contra o Fascismo”, “Evangélicos contra Bolsonaro”, “Judeus Unidos contra Bolsonaro”), os setores minoritários de torcidas organizadas (Vascomunistas, Flamengo Antifascista, Palmeiras Antifascista, Fiel Antifascista), os setores jurídicos ligados à esquerda (Juristas pela Democracia), setores ligados a sindicatos e ao movimento estudantil tradicional ligado à esquerda.

Todos esses grupos só servem para compartilhar data de manifestação contra o governo e para fazer nota de repúdio ou abaixo assinado para posteriormente ser divulgado pela imprensa como um movimento natural. Mas esses grupos não tem um comando definido, não tem pautas estabelecidas e não tem militantes que se dedicam 100% para a organização do movimento. São grupos artificiais. Meras páginas de Facebook. 

É diferente da atuação como oposição de grupos políticos como a União da Juventude Socialista (UJS, Juventude do PC do B), da CUT, Livres ou do Movimento Brasil Livre. Esses grupos possuem diretoria, grupo para discussão política, orçamento para atuação, organização logística etc. 

As notas de repúdio passaram a ter um caráter ainda mais vexatório quando Presidentes de outros Poderes passaram a confeccionar notas sobre o Bolsonaro. Mas com uma postura pusilânime desses atores, fica parecendo aquele cão que ladra mas não morde. Sendo assim criticado pelos opositores do Bolsonaro (por não morder) e pelos Bolsonaristas (por ladrar). 

E o ponto alto são os grupos “Juntos pela Democracia”, o “Esporte pela Democracia” e o “Basta!”.

O Juntos pela Democracia junta um monte de esquerdista, alguns influenciadores dignos e uns gatos pingados da direita que são oposição ao Bolsonaro (e sabemos que eles não colocaram mais porque os esquerdistas não queriam perder o controle da redação dos conteúdos do grupo) e ficam bradando: “Somos setenta por cento”. Tem muita gente que discorda do Bolsonaro (e com razão), mas esse grupo é só mais uma bolha.  Não representam 70% da população.

O grupo “Esporte pela Democracia” é um grupo que pelo título parece ser um monte de atleta. Mas no fim é um monte de jornalista esportivo esquerdista (Ana Thais Mattos, Mauro Cesar Pereira, Flávio Gomes, Guga Chacra, José Trajano), uma minoria de jogadores (Ana Moser, Casagrande, Raí, Gustavo Kuerten), só três não são de esquerda (o Presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, o Oscar Schimidt e o Osmar Santos) e para fazer volume esse grupo enche de ator (José Loreto, Alessandra Negrini) , de músico esquerdista (rapper Xis, Nando Reis, Chico Buarque), de ativista esquerdista como o padre Júlio Lancelotti e a irmã da Marielle Franco. As redes sociais desse grupo possuem menos de 400 curtidas no Facebook e menos de 2.000 seguidores no Twitter. Mesmo com tanto influenciador para divulgar a existência do grupo. Assim, esse grupo é uma piada.

E o movimento “Basta!”, liderado pelo Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Este advogado é crítico à operação Lava Jato, contrário às delações premiadas e que só faz com que esse grupo seja o dos “garantistas”. 

No fim é tanto grupo artificial, inflado e sem expressão na sociedade que vão apenas falar para o muro. Por isso as notas de repúdio foram banalizadas.

*Matheus Valadão é estudante de Economia na Unicamp. Foi um dos fundadores do Unicamp Livre e ocupou a Coordenação de Comunicação do DCE da Unicamp no ano de 2018 (único ano com uma gestão mais ao centro). Hoje é Coordenador Local do Students for Liberty Brasil.

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Redação

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