10 tendências de inovação nos serviços públicos

10 tendências de inovação nos serviços públicos

Inovação é a palavra de ordem de uns tempos pra cá. E quem diria que a inovação estaria presente também nos serviços públicos?

Por Redação em 06/04/2021

Inovação é a palavra de ordem de uns tempos pra cá. E ela está chegando em todos os setores. E quem diria que a inovação estaria presente também nos serviços públicos?

O blog Grupo Tellus listou as 10 tendências de inovação nos serviços públicos, confira.

1. Inteligência artificial e automação: O mundo dos robôs e a inovação nos serviços públicos

Inteligência artificial é um tema recorrente aqui no altavista.news. No setor público, de acordo com o blog, a proliferação da tecnologia tem acontecido por meio dos bots, que servem como assistentes de atendimento e automação de processos.

Outro exemplo de automação de processos foi a iniciativa da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

A Agência de Aviação promoveu um evento de capacitação com intuito de implantar a automação dos processos do GFT (sistema de Gestão de Processos da ANAC), fazendo com que a mensuração de produtividade, distribuição de trabalho, controle de prazos e sequenciamento de tarefas fosse automatizado.

2. Reconhecimento facial: Um novo passo na segurança pública

Até pouco tempo atrás, o reconhecimento facial era algo falho ou extremamente caro. Hoje em dia, até os celulares já fazem isso.

No campo dos serviços públicos, o reconhecimento facial tem sido usado, principalmente, na busca de criminosos.

Um exemplo é o projeto de Vídeo Policiamento, utilizado pela primeira vez no carnaval de Salvador e, segundo a Agência Brasil, capaz de reconhecer um fugitivo vestido de mulher.

3. Internet das Coisas: Tudo conectado

De acordo com o Mobile Visual Networking Index (VNI), da Cisco, 21% do tráfego brasileiro será feito por meio de plataformas móveis e/ou internet das coisas (IoT). No mundo, esse número deve chegar aos 4 bilhões de conexões IoT.

Apesar de já existirem algumas soluções neste cenário, como o monitoramento de pessoas, veículos e equipamentos no aeroporto de Congonhas (SP), implementado no final de 2017, esta inovação deve ter saltos de qualidade e se popularizar com o lançamento da rede 5G.

4. Cidades Inteligentes: Um reflexo do 5G

O termo cidades inteligentes também popularizou no Brasil. Uma das iniciativas que chama bastante a atenção é a Innovation Park, uma cidade inteligente com blockchain.

No Brasil, de acordo com o Ranking Connected Smart Cities, Curitiba e São Paulo são as duas cidades mais inteligentes do país.

No entanto, as cidades inteligentes brasileiras estão longe de ser algo que realmente possa ser chamado de smart city. Sem redes interconectadas ou soluções de IoT, o universo das cidades inteligentes brasileiras ainda tem um amplo espaço para ser aproveitado. No entanto, tudo indica que isso só será aproveitado com a implementação da rede 5G.

5. Transformação digital e as Tecnologias de Inovação e Comunicações (TICs)

A transformação digital já é realidade em vários campos do setor privado. Muitas empresas, por exemplo, já nem utilizam papel (vide as fintechs, que revolucionaram a área financeira), mas o setor público ainda apresenta dificuldade neste cenário.

E isso não acontece só no Brasil não. Para tentar acelerar o processo, em agosto de 2018, o governo brasileiro abriu a consulta pública para a “Estratégia Brasileira para a Transformação Digital”.

Segundo o site Mobile Time, “trata-se de um conjunto de diagnósticos, diretrizes e metas para os próximos cinco anos relacionados às áreas de governo eletrônico, infraestrutura, processos produtivos, pesquisa e desenvolvimento, confiança e ambiente digital e capacitação com foco no desenvolvimento na adoção e uso de Tecnologias de Inovação e Comunicações (TICs) por todas as camadas da sociedade e participação do Brasil na economia digital”.

6. Blockchain: Muito além das criptomoedas

O blockchain se popularizou na mídia com a onda das criptomoedas (bitcoins e afins), mas a tecnologia vai muito além do cenário financeiro. O melhor jeito de explicarmos a tecnologia é falando que ela seria uma excelente evolução para os cartórios.

Sabe quando você tem que reconhecer firma de um documento e o cartório entrega o selo de autenticidade de uma assinatura? O blockchain faz isso online.

Só que, ao invés de um cartório, a validação é múltipla e simultânea, ou seja, vários computadores autenticam a veracidade daquele “bloco”, que pode ser uma assinatura, uma transação ou qualquer outra informação. Imagine efetuar a transação de um imóvel sem sair de casa? Com o blockchain seria viável e muito mais seguro que os processos que temos atualmente. Além disso, a tecnologia também pode ser usada para auditar contas públicas e prestações de contas, como o caso da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

O Blockchain também é usado por sistemas bancários e outros sistemas que facilitam a vida da sociedade, como a plataforma Simples Receita, por exemplo.

Lançada recentemente, a plataforma Simples Receita liga médicos, pacientes e farmácias e um sistema único e seguro, onde a receita médica é enviada para a farmácia que o paciente escolhe para efetuar a compra do medicamento. Tudo isso de forma on-line e segura.

7. Segurança Cibernética: O mundo (virtual) mudou

Em um passado não tão distante, usar um bom firewall garantia a segurança dos dados digitais. Mas isso mudou. De acordo com o jornal indiano The Tribune, é possível comprar (por WhatsApp e sem sair de casa) o acesso ao Aadhaar, sistema de biometria que guarda as informações de 1,2 bilhões de indianos, por meros 500 rúpias, algo em torno de US$ 8. Esse é apenas um dos diversos exemplos de brechas de segurança que existem no mundo de hoje.

No cenário das empresas privadas, vazamento de dados é algo delicado e pode fazer com empresas atinjam a bancarrota, mas o que acontece quando o vazamento de dados vem do governo?

Imagine ter o seu imposto de renda acessado por hackers. Por isso, ainda em 2014, foi criado a Estratégia Geral de Segurança Cibernética do SISP (Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação). Mas muita coisa evoluiu de lá pra cá.

8. O futuro do trabalho: Uma força de trabalho flexível

Uma das maiores mudanças que veremos nos próximos anos está ligada ao modo como trabalhamos.

Na iniciativa privada, home office e outros formatos de trabalho já são realidade, mas no cenário público, o cartão de ponto ainda cria um emaranhado de burocracia.

É preciso pensar o futuro do trabalho muito além dos processos e focar na agenda de negócios voltada para as pessoas.

Além disso, posições e trabalhos precisam ser pensados para pessoas (e não o contrário, como estamos acostumado).

No cenário público, é preciso repensar o modo como nos relacionamos, a fim de evitar desperdícios financeiros e de pessoas. Se para uma organização atrair e reter uma força de trabalho feliz e produtiva, os empregadores precisam pensar além dos requisitos legais básicos em torno do trabalho flexível, como podemos pensar este formato para as carreiras públicas?

9. Talentos digitais: O desafio das 5 gerações

Encontrar talentos digitais é um dos maiores desafios que as empresas enfrentam atualmente. Mas é particularmente difícil para empresas grandes e tradicionais, especialmente aquelas que operam em indústrias consolidadas.

No setor público, essas habilidades digitais são ainda mais escassas e a demanda é alta, por isso o governo precisará começar a pensar “fora da caixa” quando o assunto for aquisição de novos talentos.

O modelo antigo de contratação do funcionalismo público precisa ser repensado.

10. Quem detém o poder da decisão?

Esse talvez seja um dos maiores paradigmas na questão que envolve trabalho e hierarquia.

É preciso entender que a decisão não pode mais ficar nas mãos de uma só pessoa. Aliás, ela não precisa nem mesmo ficar na mão de pessoas em alguns casos.

Algoritmos oriundos de aprendizado automático podem exibir comportamentos complexos ou realizar tarefas que costumávamos associar exclusivamente à capacidade intelectual humana, ou seja, eles podem tomar decisões de forma mais analítica e muito mais rápido.

No Brasil, a Receita Federal já seleciona declarações de imposto de renda para exame aprofundado de forma algorítmica, a conhecida “malha fina”. No TCU, por exemplo, já foram elaborados modelos para prever riscos associados a transferências voluntárias e a orçamentos de obras de infraestrutura.

Nos EUA, o estado da Pensilvânia adotou um sistema para avaliação de risco associado a condenados, quando existe revisão de sentenças penais.

Em suma, é hora de usar os algoritmos em favor do tempo e da produtividade, fazendo que com a máquina fique com o trabalho bruto e o ser humano siga na gestão.

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Foto: Rafaela Biazi.